Osmorregulação

29-03-2010 00:30

 

Osmorregulação: conjunto de mecanismos pelos quais são controladas as concentrações de sais e de água e, portanto, os valores de pressão osmótica dos fluidos corporais.

Qual o papel da osmorregulação no equilíbrio do meio interno?

A osmorregulação é um mecanismo envolvido na manutenção da homeostasia. Os seres mais complexos estabelecem trocas através do sangue e fluidos intersticiais que banham as células. A manutenção da composição dos fluidos internos dentro de determinados limites é indispensável à sobrevivência dos indivíduos.

Animais osmoconformantes: não têm capacidade de regular a pressão osmótica interna. A concentração de sais dos seus fluidos depende da concentração de sais do meio externo.

Animais osmorregulantes: independentemente da concentração de sais externa, conseguem manter a sua própria concentração interna. Têm capacidade de regular a pressão osmótica interna.

Como é que o animal consegue regular a concentração dos seus fluidos internos?

Retiram o excesso de sal do sangue por transporte activo, através das membranas das células das brânquias.

Osmorregulação em meio aquático

    Os peixes de água salgada apresentam um meio interno hipotónico, em relação ao meio exterior. Pelo contrário, os peixes de água doce, apresentam um meio interno hipertónico, em relação ao meio exterior.

 

Mecanismos de osmorregulação:

     Os peixes marinhos, por possuírem um meio interno hipotónico, perdem muita água para o meio externo por osmose, ingerem água salgada e eliminam o excesso de sal por transporte activo, nas brânquias.

    Os peixes de meio dulciaquícula possuem um meio interno hipertónico, ganham água por osmose e eliminam os sais por difusão. Para manterem a homeoestasia, produzem urina bastante duluída e transportam sais da água para o sangue por células branquiais (absorvendo também os sais dos alimentos ingeridos).

Osmorregulação em meio terrestre

    Nos animais terrestres, a água é eliminada por evaporação nas superfícies respiratórias e da pele, pela urina e fezes. Apesar de perderem muita água, os animais necessitam de mantê-la e para isso recorrem a um sistema excretor muito eficiente e à ingestão de bastante de água.

    O sistema excretor da minhoca (ex. de um anelídeo), contém nefrídeos em cada segmento do seu corpo, com a função de filtrar. Os nefrídeos recolhem o fluido corporal do segmento anterior e à medida que o fluido se vai deslocando, dá-se a reabsorção de algumas substâncias.

    A urina destes animais é bastante diluída e em quantidades consideráveis. Para compensar, há uma grande entrada de água no corpo da minhoca através de osmose.

Os órgãos de excreção dos vertebrados são os rins, formados por milhares de unidades filtradoras.

Os rins eliminam as substâncias tóxicas do organismo, regulam o volume e a composição do meio líquido interno dos animais terrestres.

As aves têm grandes perdas de água devido à quantidade de energia despendida no voo. A urina é muito concentrada. As aves marinhas (e alguns répteis) ingerem água salgada com o alimento, sendo que os seus rins não têm capacidade para manter o equilíbrio interno, o excesso de sal é eliminado através das glândulas nasais.

 Nos mamíferos, o sistema urinário é constituído por dois rins, dois uréteres, a bexiga e a uretra.

    Os rins contêm mais de um milhão de nefrónios. Cada um possui uma cápsula de Bowman, que envolve um conjunto de capilares - glomérulo; a cápsula de Bowman liga-se ao tubo contornado proximal que se prolonga pela ansa de Henle, seguido do tubo contornado distal, acabando no tubo colector.

    Chegado pela arteríola aferente ao nefrónio, o sangue passa pelas ramificações do novelo de capilares - glomérulo de Malpighi. Os capilares unem-se de novo e formam a arteríola eferente, originando uma nova rede de capilares que envolve os tubos contornados e a ansa de Henle; estes capilares voltam a juntar-se, finalizando numa ramificação da veia renal.

Processo de excreção: filtração, reabsorção e secreção.

    Os capilares do glomérulo deixam passar variadas substâncias (filtrado glomerular) para a cápsula de Bowman que seguem no tubo contornado proximal, na ansa de Henle e no tubo contornado distal. Ao longo destes tubos, quase todo o total de glicose, aminoácidos e vitaminas são reabsorvidos, por transporte activo para os capilares envolventes. Ao mesmo tempo, dá-se a secreção, mas em sentido oposto.

    A permeabilidade das paredes do tubo contornado distal e do tubo colector define a quantidade de água reabsorvida e a concentração da urina. A permeabilidade é controlada pela hormona antidiurética - ADH.

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