A ocupação do território sem planificação ou conhecimento das éreas a ocupar resulta em impactos negativos de vária ordem que aumentam o risco geológico - a probabilidade de ocorrência de riscos geológicos como inundações, transgressão da linha do litoral, secas, deslizamento e derrocadas de vertentes, actividade vulcânica e sísmica de intensidade elevada, o que resulta na perda de vidas humanas e grandes prejuízos materiais.
O conhecimento que resulta do estudo dos materiais da geosfera e dos fenómenos geológicos permite que se façam cartas de risco geológico onde se indicam as áreas de maior ou menor risco. Com a planificação ou ordenamento do território é possível minimizar os riscos da ocupação antrópica.
Bacias hidrográficas
Caracterização geológica
Os rios são correntes de água superficiais cujo leito varia de acordo com o regime das chuvas. O leito de cheia dá-se em situações de forte precipitação.
O rio principal com os seus afluentes e subafluentes constitituem a rede hidrográfica e a área drenada por esta rede caracteriza-se pela bacia hidrográfica.
A actividade geológica de um rio é contituída pela erosão, transporte e depoisição de sedimentos. A acção erosiva é maior perto da nascente, onde os desníveis são maiores e o fluxo da água é maior. O transporte dá-se ao longo de todo o perfil longitudional. A deposição ocorre em maiores proporções em troços de menos energia das águas normalmente junto à foz.
Factores de risco e consequências possíveis
- Contrução de barragens ou diques com destino ao aproveitamento das águas com fins agrícolas, de abastecimento público, de regularização dos caudais e de produção de energia. As barragens alteram o trabalho geológico do rio; a montante aumenta a deposição de sedimentos e imediatamente a jusante, a erosão. A ocorrência de acidentes causados em barragens pode dar origem a inundações. As barragens poderão também se responsáveis por impactes negativos sobre os ecossistemas fluviais, como na limitação dos fluxos migratórios de algumas espécies de peixes, por exemplo.
- Construção em locais de leito de cheia, o que eleva o risco da ocorrência de cheias nessas zonas indevidamente ocupadas.
- Remoção de inertes do fundo - areias, que tem como consequência a alteração da dinâmica das correntes fluviais, o que poderá provocar a erosão da base dos pilares de pontes, podendo levar à sua queda.
Prevenção
- Vigilância e segurança da estrutura de barragens e canais, assim como a monitorização da base dos pilares das pontes.
- ordenamento do território, especialmente, a ocupação de leitos de cheia, afim de minimizar os riscos naturais da actividade dos rios.


Zonas costeiras
Caracterização geológica
A actividade geológica do mar caracteriza-se pela erosão, transporte de sedimentos e acumulação dos mesmos, o que origina a arribas e praias, quer resulatm da acumulação de sedimentos em faixas junto à orla da costa.
As arribas são faixas de litoral escarpado cuja base está sujeita a abrasão marinha, o que leva ao desaparecimento de material rochoso da parte superior, que perde sustentação. O material abatido permanece junto à base, formando a plataforma de abrasão que proporciona protecção à base da arriba, retardando o seu recuo, até à sua erosão.
Factores de risco e consequências possíveis
- Ocupação pelo Homem em áreas de orla marinha, que inclua a destruição de formações geológicas, como é o exemplo das dunas, que oferecem protecção ao litoral da acção erosiva do mar e do vento.
- Intervenções no litoral (construção de marinas ou portos) podem dar origem à alteração de correntes marinhas, o que altera os ciclos de abrasão e de deposição marinhos, tendo como consequência a erosão intensa ou até o desaparecimento de uma prais, por exemplo.
- construção em zonas de arriba que elevam a a probabilidade de derrocadas.
Prevenção
- Planos de ordenamento da orla marítimaque permitam uma ocupação destes locais e a demolição das construções que não respeitem esses planos de ordenamento, diminuindo o rsico geológico.
- Construções artificiais com vista a regularizar os ritmos de abrasão e deposição do mar, como paredões - construções paralelas á linha da costa, e esporões - construções perpendiculares à linha da costa. Estas construções resolvem os problemas numa determinada zona mas agravam-nos noutras, provocando a necessidade de novas intervenções.


Zonas de vertente
Caracterização geológica
As zonas de vertente caracterizam-se pela inclinação acentuada de encostas onde é verificado deslizamento de materiais (solo, blocos de rocha, plantas, lama) - movimentos de massa.
Factores de risco e consequências possíveis
- A inclinação da vertente aumenta a componente tangencial da força da gravidade, facilitando o deslizamento.
- O tipo de rocha constituinte da encosta condiciona o deslizamento.
- A pluviosidade aumenta o teor de água, diminui o atrito entre as partículas do solo, potenciando o movimento. A saturação de solos por regas agrícolas intensas ou devido a cortes de linhas de água poderá levar a um efeito semelhante.
- a desflorestação de áreas de vertente potencia o perigo de deslizamento. As raízes das árvores aumentam a coesão do solo e aumentam a força de atrito, o que se opõe ao deslizamento pela gravidade.
- A consrução de habitações e vias de comunicação nas zonas de vertente e potencia a possibilidade de acidentes.
Prevenção
- Ocupação planeada das zonas de vertente de maneira a minimizar os riscos.
- Estabilização das vertentes através da construção de muros de suporte, plantação de vegetação de rápido crescimento, colocação de tubagem de drenagem da água que se acumula nos solos.
- Monitorização de situações de pequenos deslizamentos e actividade sísmica ou vulcânica que potenciem o deslizamento.

